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23 August 2007

em Vouzela novamente...

Tenho a impressão de ter parado no tempo. As ruas de pedra fazem-me lembrar uma cidade de brincar. Os passeios que não servem para passear - são demasiado estreitos -, o sino que repete as horas, a vista da floresta ou o comboio que faz a vez de eléctrico, tudo aprecio com um gosto desconhecido a uma rapariga de cidade.

Descobri porque o tempo me rende aqui. Está tudo mais perto. Não preciso de meia-hora para estacionar o carro, não preciso de mais outra meia-hora para ir da frutaria ao talho, não corro o risco eminente de ser atropelada - aqui o trânsito é proporcional às casas dos montes, um carro aqui, outro além.

Aguardo a ida à feira mais antiga de Portugal, eu que não gosto de feiras. Mas esta faz-me recordar a feira popular em Lisboa, agora fechada mas antes cheia de vida e cor, diurna e nocturna. Os carrocéis, a música, os restaurantes... tudo me deslumbrava e penso que só o era assim por ser criança. Ainda o serei?

07 August 2007

O Verão outonal


Na rua do pastor-guerreiro, o chão tem outra cor. As bermas dos passeios enchem-se de folhas castanhas tal como acontece sazonalmente no fim de Setembro. Há só um pormenor: estamos no início de Agosto.
As folhas caem prematuramente.
Olhamos para uma árvore e não imaginamos o seu dia-a-dia. Têm sempre uma aparência calma, dançam geralmente ao som do vento e os pardais que pousam nos seus ramos, com delicadas patitas, fazem as delícias do ouvido com o seu piar único. E imaginamos um mundo tranquilo.
Não é assim.
As árvores daqui da rua são atingidas com o contínuo ruído urbano: carros que passam dia e noite, concertos de jazz ao ar livre (será que gostam do estilo musical?), ambulâncias que voam no asfalto direitas a São José, obras no prédio do lado...
Serão as folhas caídas um reflexo das suas silênciosas queixas? Ou de uma mudança de tempo que se deixa adivinhar na linguagem das árvores?
Penso que as minhas férias também deveriam ser prematuras - ainda vou ter chuva em vez de sol se não me despachar. O aviso está à vista: as àrvores já começaram a despir-se.