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20 September 2007

A noiva do campo mil

A noiva do campo mil é uma eterna noiva. Uma noiva sem noivo. Sozinha, não é mulher para esperar, resignada, no altar. Esta é uma noiva especial. É uma criadora de mundos verdes, iluminados, sem a cor que lhe dá nome. Na sua atraente pessoa, vivem seres e bestas vegetais, guardiões de portas de outros mundos, entes coloridos que fugiram de um imaginário infantil à procura de uma vida diferente com um bastão ao ombro e de saco pendurado na ponta. E gatos, e flores.
Nela, acima de tudo, vive o bom-gosto. E a educação, a beleza, a inteligência e o porte nobre de uma bailarina, rodeado de uma invisível aura branca.

É minha amiga.

13 September 2007

Pedaços de zumms

Talvez o mundo ande aos pontapés. Sem destino certo a não ser aquele que termina após cada rebolar. Em pedaços. Como um puzzle incompleto onde as peças principais estão noutra caixa.


Choveu. O barulho dos trovões fez-se ouvir por cima da minha casa. A noite parecia mais triste. A chuva fez brilhar os carros iluminados debaixo dos candeeiros públicos. E o chão e os eco-pontos degradados. Novo trovão. Barulho. Muito barulho. Não me lembro de ter ouvido no passado som tão alto vindo da natureza. A filha encolheu-se. Choramingou. Teve medo pela primeira vez da trovoada, nos poucos anos da sua vida. Um abraço e um jogo electrónico destrairam-na do seu pequeno monstro. E continuou a chover.

O país está triste pela perda da selecção portuguesa no campeonato mundial de râguebi e dá-se notícia da suspensão de um dos jogadores. Ninguém fala do tiroteio ocorrido na minha rua, à porta da minha casa, entre vários polícias e uns ladrões de carros. Parecia um pedaço de um filme mal realizado, de cenário urbano e nocturno, com os habituais mirones populares a completar o fim da acção – até uma velhota de cadeira de rodas saiu à rua para ir ver o “show policial”, empurrada por um homem gingão, de cigarro aceso preso na pontinha dos lábios. Vinte minutos antes eu tinha acabado de estacionar o carro vinda do emprego. E se eu me tivesse demorado precisamente 20 minutos?

Os jornais dão notícias de Madonna: o incidente com um dos seguranças dos Bloc Party que não reconheceu a cantora e expulsou-a dos camarins; do vibrador roxo no valor de 45 euros, ajustável à cintura e de velocidade variável que a estrela e o marido levavam num saco de plástico – pelos vistos, transparente. Mas ninguém fala da identidade do homem de 27 anos que morreu electrecutado por um raio nas chuvadas desta semana no sul do país, nem justifica o porquê da escolha mortal. Seriam as chaves de casa, o telemóvel, um boné com pins?

Promove-se a guerra e não o amor. Páginas de notícias sobre o Paquistão. Fala-se do Irão, da Coreia, do Afeganistão e da "quase?" agressão de Scolari. E na coluna “Planeta Bizarro” do jornal 24 horas vem a notícia “bizarra” de uma iniciativa promovida por um governador de uma provícia russa que incentivou os casais da região a prescendirem do trabalho às quartas-feiras para dedicarem o dia a fazer amor, devido ao baixo número de população existente. Mas não vejo na mesma coluna, a notícia do número crescente de nascimentos em ambulâncias devido ao fecho das maternidades em Portugal, onde enfrentamos a nível nacional o mesmo tipo de problema daquela região russa.

Notícias bizarras? Não. Pior. Verdadeiras.

05 September 2007

Mais um prato frio cheio de más ideiaotas, se faz favor...

Não adianta. Não vale a pena. Comigo é mais fácil que o difícil seja servido a frio, acompanhado de uma travessa a transbordar de más ideias. Não compensa demolhar o tradicional bacalhau no autoclismo para poupar água, aproveitar as cascas de cenoura para fazer queques de vender na feira ou fazer negócios da China do tipo compra-a-um-preço-vende-por-outro na internet.
Comigo, não. Simplesmente falham. Talvez seja recta demais ou a minha aura branca de veios lilás – comprova-o uma foto tirada numa das edições da feira do oculto que guardo religiosamente na carteira - atraia a honestidade, não sei, mas uma das duas deve ser.
Resultou quando comprei um jogo na net para a minha filha. Estava orgulhosa. Achei que tinha feito um bom negócio. Que pechincha. Porquê ficar por aqui? Decidi comprar um outro jogo, vendido nos States, fabricado em Singapura, eventual venda em Portugal. Pensei que nada poderia correr mal. Não havia nada para o impedir. Mas houve. Não consegui pagar online. Tinha de ser neste jogo, este que tinha destino certo, reversível em euros. Não podia ser num item qualquer, não senhor. Não ocorreu no saiote de noiva - que comprei e vendi no mesmo sistema – nem nos jogos anteriores ou mesmo quando a tia D se ofereceu para comprar os sacos vermelhos de corações dourados usados nas recordações do casamento. Tinha de ser no único item que ia ser a minha moeda de troca para um eventual lucro – positivo, esperava eu. A custo, arranjei outro método de pagamento. Daqueles que faz gastar tempo e gasolina. Daqueles em que se chega à conclusão que estamos a pagar mais do que aquilo vale. Ainda consegui colocar em risco a minha conta online, no limite de ser cancelada por falta de pagamento e com a participação num disputa escrita para resolver o caso. Interessante mas não fantástico.
Fico a consolar-me num jogo acabado de chegar que vale agora mais de 20 dólares, diferente do preço de etiqueta e a perspectiva sonhadora de que ainda hei-de fazer dinheiro com isto. Pois...

Sai mais uma travessa fria de ideiaotas para esta mesa, se faz o favor!