CLICK HERE FOR BLOGGER TEMPLATES AND MYSPACE LAYOUTS »

02 October 2008

A corrida

A formiga sentiu o peso do seu mundo. Ora nas costas, ora nas pequenas e frágeis patas. Corria de um lado para o outro, sem meta definida. Todas as corridas eram importantes. Em nenhuma se lhe via o fim.
Numa pausa entre duas agitadas corridas, onde o almoço pequeno lhe caiu pesadamente, olhou as folhas das árvores. Apesar do dia ter sol e não estar frio, o vento corria de um lado para o outro. Ao contrário da sua azafáma, fazia-o com graça. As folhas mexiam-se e remexiam-se cada uma para seu lado, fazendo com que a árvore folharenta se inclinasse ao sabor do baile diurno. As nuvens tinham sido levadas, como que postas de castigo a um canto, deixando o céu azul aparecer até para lá do horizonte. Aqui e ali, havia sossego. Paz à espreita numa esquina ou banco de jardim. Até havia um pequeno riacho que parecia cantar, atirando convites a quem o quisessem ouvir. Mas o formigueiro não podia parar e ela era uma formiga.
Por isso, lentamente, colocou as patas uma à frente da outra e guiou-se para o meio da próxima corrida ingrata e já sua conhecida. Alguma vez a ganharia?

2 ferroadas:

Anonymous said...

PODE NAO GANHAR A CORRIDA MAS NUNCA SE DEIXA ABATER PELAS CORRIDAS E CHEGA SEMPRE AO FORMIGUEIRO COM A SENSAÇAO DE TER REALIZADO O SEU DEVER CORRECTAMENTE SEM FICAR PARA TRAS EM RELAÇAO A NENHUMA OUTRA FORMIGUINHA.
PODE SER UM CONFORTO PEQUENO MAS A CONSCIENCIA LIMPA NAO TEM PREÇO.
NO FIM MAIS NAO SEJA A SUA MANEIRA A FORMIGA GANHOU A CORRIDA.

AnadoCastelo said...

Ganhar, ganhar não sei, mas a sua vida é assim mesmo correr para conseguir comidinha para o inverno.
Jokas