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09 October 2008

Ideias em fuga

Despejo palavras como quem desperdiça tempo. Por cada uma, há um segundo que não volta para trás. Pesa-me na consciência este desperdício, tal como a ida à farmácia onde não comprei tudo e a ida à livraria onde não comprei nada. Tenho a percepção de que a mente me foge em direcção oposta àquela em que devia se concentrar. Tal como as minhas ideias quotidianas. Estas então permitem-se fugir ao meu controle, deslizando em caminhos separados, rindo-se da minha hesitação em persegui-las. Entenda-de que nem eu sei de onde vem a minha indecisão: se é a escolha de quem deva perseguir primeiro ou se é o cansaço que fala mais alto. Para elas, é indiferente.
Surge-me na mente um pequeno caderno que tenho na mala. É para eu escrever o que eu quiser, a qualquer momento oportuno ou iluminado. Pelo menos, foi o que pensei quando o comprei e o guardei entre a carteira e um pequeno bloco miniatura que exigia reforma há já algum tempo. Quando consigo colocar em práctica este plano anti-fuga de ideias, aí consigo cortar as asas das ideias que fogem. E elas, sem ter para onde ir, permanecem inalteradas nas linhas onde se arrumam. Esfrego as mãos de contentamento. A minha caça dá proveitos mas tenho de melhorar a técnica. É que algumas ideias são mais espertas que eu e fogem à ponta da caneta.
Vou mudar para o lápis.

1 ferroadas:

AnadoCastelo said...

Boa ideia! Também pensei em trazer um bloquinho para o mesmo fim, mas desisti. Trago sempre tanta coisa na mala que quando alguém pega nela já lhe chama de "tijolo" em vez de mala.
Jokas