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24 November 2006

Foram 7 de uma vez!



Vou contar o que me atormentava desde o dia em que começei a escolher o meu vestido de noiva. Já tinha engordado cerca de 6 quilos desde o início do ano e não queria mais aumentar. Foi um dos motivos que me levou a fazer ginástica. Nem pensar em ficar mais gorda, muito menos em pensar que o vestido não servisse. E assim, cada vez que faço exercício é com uma ideia em mente: hei-de caber no vestido e há-de assentar que nem uma luva.

E não é que resultou? Afinal o esforço compensa. Foram 7,5 centímetros embora desde que começei a fazer ginástica. E não há-de ficar por aqui que ainda faltam uns meses para o casamento...

21 November 2006

É desta!

Escrevo agora num momento que me parece mais adequado e anuncio aqui a novidade que tenho guardado nas últimas semanas: esta abelha vai casar-se.

Já não há namoros ou noivados longos. Há este. Dura há 14 anos. Destes, 6 deles são de vida em comum, os restantes são parte de uma história a dois.
Uma história comprida de encontros e desencontros, uma novela feita por nós que ainda não acabou, ainda vai a meio - não é como aquelas da televisão onde já se sabe o fim da história e passam episódios de desencontros repetidos onde os apaixonados demoram a ser felizes. A nossa história já é feliz e teve de tudo: namoro, discussões, família, mortes, doenças recuperadas, uma filha, amigos bons e maus. Ainda terá mais, próximos capítulos virão já de seguida. Sem pré-visualização. Um episódio por dia.

Encontrei um poema que é adequado ao que sinto agora, como vejo este amor que não pesa nos anos:

O amor antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mais pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade

15 November 2006

Novembro


Fiapos de nevoeiro entravam pelas escadas do Metro, em formas fantasmagóricas recortadas pela luz dos candeeiros. O vento fraco empurrava a neblina para dentro dos cafés, para dentro das janelas abertas dos carros parados nos semáforos, pelas ruas, por cima dos prédios. Foi neste cenário que sai do Metro, ontem, quando me dirigia para casa. Pensei que finalmente justificava o casaco que levava vestido, o mesmo que parecia tão desasjustado de manhã quando o sol se fazia sentir por entre as nuvens.
Segui de carro pela estrada dos Salgados. Cobertas pelo nevoeiro, as árvores deixavam apenas o tronco e alguns ramos à vista. Parecia um túnel, um túnel de névoa. A fonte, ao fundo, não se via. Na estrada iluminada pelos postes do passeio, os carros seguiam com prudência. Algumas pessoas andavam por ali também mas eram apenas vultos negros debaixo das luzes amarelas. O campo ao lado da estrada não se avistava. Parecia que tinham erguido paredes e não haveria forma de sair daquele túnel. Mais adiante, nos semáforos, o cenário era mais bonito. Derrepente a névoa terminava ali, onde começam as decorações do Natal, luzinhas a iluminar as ruas de diversas formas e feitios.
Cheguei a casa e pensei que finalmente parecia o tempo de Inverno que me lembrava em criança. Olhei para a rua, pela janela da cozinha, àquelas horas em que o silêncio reina, apenas quebrado pela passagem de um carro ou pelo som das pessoas que passam na rua - do sexto andar, no sossego da noite, consigo ouvir as conversas de quem por ali passa como se estivessem na minha sala em amena cavaqueira - olhei e vi a paisagem nocturna, cheia de luzes e reflexos. Aqui e ali, por entre os prédios, bocados escuros, opacos, como se tivessem enchido as ruas com algodão e a cidade esperasse em pose por uma fotografia não tirada. A névoa tinha descido à cidade e passeava-se por entre as ruas tal serpente por entre troncos.
Abri um pouco a janela. O frio entrou. Estendi a mão para fora e senti a humidade da noite. Recolhi-me e fechei a janela. Ia saber-me bem entrar para a cama, agora com lençois de flanela e chegar-me para perto do meu noivo já adormecido.
E assim foi.

06 November 2006

Zumm de ouvido

No balneário:
"- As magras despacham-se mais depressa. Não têm rugas para lavar."