Passa-me todos os anos a data. Assim, preparem-se, este é um post temático. Sobre a data a assinalar (no calendário para ver se não me esqueço, outra vez).
Dou conta quando vejo os pequenos molhos de espiga e flores espalhados nos cestos das vendedoras de rua. A minha avó tinha o hábito de comprar um ramo todos os anos. A minha mãe ainda tem. Eu compro por arrasto na tradição. Este ano, para não ser só “arrastada”, decidi mergulhar um pouco na história. Aqui fica o que descobri (parece um post à Pinky, só que este não é mitológico. Hei-de fazer um a sério):
História religiosa
Ascensão de Jesus ao Céu - 40 dias depois da Ressurreição, apareceu Jesus pela última vez, aos seus Discípulos em Jerusalém e levou-os ao Monte das Oliveiras.
Depois de lhes ter renovado a promessa do Espírito Santo, ergueu as mãos ao céu e abençoou-os. Nesse mesmo instante começou a elevar-se no espaço e não tardou que uma nuvem o ocultasse aos olhos dos assistentes. Como estes continuassem a olhar o céu, apareceram-lhes dois anjos a anunciar que Jesus voltaria do mesmo modo que o viram subir. Então os Discípulos deixaram o Monte das Oliveiras e regressaram a Jerusalém.
Este dia encerra um ciclo de quarenta dias após a Páscoa.
Tradição
É costume as pessoas irem para os campos apanhar a espiga de trigo e outras flores silvestres, fazendo ramos simbólicos da fecundidade da terra e da alegria de viver. Um ramo pode ter espigas de trigo, folhagem de oliveira, malmequeres e papoilas. Pode também incluir centeio, cevada, aveia, margaridas, pampilhos, etc. Este ramo, em número de combinações variáveis conforme as localidades, pendura-se dentro de casa e aí se conserva durante um ano, até ser substituído pela “espiga” do ano seguinte.
O ramo
Cada elemento simboliza um desejo:
A espiga = que haja pão. Isto é, que nunca falte comida, que haja abundância em cada lar.
O ramo de folhas de oliveira = que haja paz. A pomba da paz traz no bico um ramo de oliveira. Também para que nunca falte a luz (divina). Antigamente as pessoas alumiavam-se com lamparinas de azeite, e o azeite faz-se com as azeitonas, fruto da oliveira.
Flores (malmequeres, papoilas, etc.) = que haja alegria. Esta é simbolizada pela cor das flores. O malmequer ainda «traz» ouro e prata, a papoila «traz» amor e vida e o alecrim «traz» saúde e força.
Conclusão
Nunca fui ao campo apanhar espigas. Nos dias de hoje é díficil fazer um ramo. E com a minha sorte então ... Vejamos: como vivo na cidade, vou ter de planear uma ida ao campo para fazer o meu ramo. Ao preço que a gasolina está e com portagens em todos os troços de estrada construídos, a ida ao campo é capaz de sair cara. A tentativa de apanhar as fraudes económicas em Portugal faz com que a legislação seja cerrada e assim arrisco-me a ser multada por apanhar ramos de oliveira (o azeite está caríssimo). Se fizer uns ramos extra para a família, também me arrisco a ser acusada de tentativa de venda sem licença.
Pensando bem, há um mercado aqui perto.
Feliz Dia da Espiga para todos.
25 May 2006
Dia da Espiga
Publicada por Heiabelha em 25.5.06
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2 ferroadas:
grande história! adorei! merci...bjkas para o próx ano vou á espiga ;)
Bem explicado, sim senhor.
E este ano falhei. Esquci-me deste dia. Para o próximo não posso falhar.
Bejos
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