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13 September 2007

Pedaços de zumms

Talvez o mundo ande aos pontapés. Sem destino certo a não ser aquele que termina após cada rebolar. Em pedaços. Como um puzzle incompleto onde as peças principais estão noutra caixa.


Choveu. O barulho dos trovões fez-se ouvir por cima da minha casa. A noite parecia mais triste. A chuva fez brilhar os carros iluminados debaixo dos candeeiros públicos. E o chão e os eco-pontos degradados. Novo trovão. Barulho. Muito barulho. Não me lembro de ter ouvido no passado som tão alto vindo da natureza. A filha encolheu-se. Choramingou. Teve medo pela primeira vez da trovoada, nos poucos anos da sua vida. Um abraço e um jogo electrónico destrairam-na do seu pequeno monstro. E continuou a chover.

O país está triste pela perda da selecção portuguesa no campeonato mundial de râguebi e dá-se notícia da suspensão de um dos jogadores. Ninguém fala do tiroteio ocorrido na minha rua, à porta da minha casa, entre vários polícias e uns ladrões de carros. Parecia um pedaço de um filme mal realizado, de cenário urbano e nocturno, com os habituais mirones populares a completar o fim da acção – até uma velhota de cadeira de rodas saiu à rua para ir ver o “show policial”, empurrada por um homem gingão, de cigarro aceso preso na pontinha dos lábios. Vinte minutos antes eu tinha acabado de estacionar o carro vinda do emprego. E se eu me tivesse demorado precisamente 20 minutos?

Os jornais dão notícias de Madonna: o incidente com um dos seguranças dos Bloc Party que não reconheceu a cantora e expulsou-a dos camarins; do vibrador roxo no valor de 45 euros, ajustável à cintura e de velocidade variável que a estrela e o marido levavam num saco de plástico – pelos vistos, transparente. Mas ninguém fala da identidade do homem de 27 anos que morreu electrecutado por um raio nas chuvadas desta semana no sul do país, nem justifica o porquê da escolha mortal. Seriam as chaves de casa, o telemóvel, um boné com pins?

Promove-se a guerra e não o amor. Páginas de notícias sobre o Paquistão. Fala-se do Irão, da Coreia, do Afeganistão e da "quase?" agressão de Scolari. E na coluna “Planeta Bizarro” do jornal 24 horas vem a notícia “bizarra” de uma iniciativa promovida por um governador de uma provícia russa que incentivou os casais da região a prescendirem do trabalho às quartas-feiras para dedicarem o dia a fazer amor, devido ao baixo número de população existente. Mas não vejo na mesma coluna, a notícia do número crescente de nascimentos em ambulâncias devido ao fecho das maternidades em Portugal, onde enfrentamos a nível nacional o mesmo tipo de problema daquela região russa.

Notícias bizarras? Não. Pior. Verdadeiras.

1 ferroadas:

Pedro said...

na amadora só é noticia de for da cova da moura, como moras na boba que até tem um nome estranho, nem conhecem :)

eu tive mais sorte, os meus adormeceram ao som da trovada e um caiu mesmo lá perto, porque a casa abanou nem acordaram, estavam mesmo cansado :)

bj