CLICK HERE FOR BLOGGER TEMPLATES AND MYSPACE LAYOUTS »

18 January 2007

As mudanças sucedem-se

A igreja estava marcada. A quinta selecionada. Um imprevisto. Mal sabe ele, o marinheiro embarcado, o que me obrigou a fazer por, em prol do serviço à Pátria, não poder casar em Maio.
A Quinta avisou-me de dois casamentos na mesma data e na impossibilidade de me reservarem a sala onde eu quero casar. Por capricho, talvez, não quero nem outra sala, nem outro casamento a realizar-se no mesmo dia que o meu. Adiei o casamento uma semana. Pensei "não pode ser assim tão complicado". Estava enganada. Por esta altura, casamentos, baptizados e primeiras comunhões surgem nas agendas das igrejas às catadupas, num país que se diz em crise em matéria de religião. Na igreja central de onde vivo, o padre é rigoroso. Casamento sim, baptizado não. Porque baptizo a minha filha de 6 anos no mesmo dia em que me caso e sem dois anos mínimos de catequese não se pode baptizar. Como se Deus só aceitasse a minha filha daqui a dois anos.
Luto. Falo com outro padre, com outra igreja. Desta vez, parece haver luz ao fundo do túnel. O padre hesita, fala-me novamente nos dois anos de catequese. E eu vacilo mas não desisto. Penso "agora que consegui chegar até aqui, não posso voltar para trás". Abro o coração e explico porque só agora me vou casar, só agora posso baptizar a minha filha. Parece um lamento mas é a verdade. Ele ouve-me e aceita. Termina a conversa e saímos para a rua. E fico chocada, não sei porquê, quando o padre, de sorriso nos lábios, puxa de um cigarro, num maço do bolso de um blazer já velho que traz vestido, acende-o sem pressas protegendo a chama do vento frio da noite e alarga o sorriso para me perguntar algo que me deixa quase sem resposta: "já lhe disseram que ao fim de tanto tempo de namoro não valia a pena casar?" Pondero rapidamente mas respondo que não, era a primeira vez. "Não leve a mal a pergunta mas..." e continua contando o caso de uma senhora, muito religiosa, assistia sempre à missa ao Domingo, que passados 30 anos gostaria de casar. O marido não foi na conversa. Justificou que daria azar, as velhas e as vizinhas já lho teriam dito, e recusou-se a casar com a mulher, a mesma há mais de 30 anos. E ficou por casar.
Mudam-se os tempos mas as vontades continuam. Eu também me quero casar. Dará azar? Já lá vão 14 anos de namoro. Diriam as velhas senhoras e as vizinhas o mesmo de mim? Será que também me condenariam ao insucesso, à infelicidade?

6 ferroadas:

AnadoCastelo said...

Que disparate. Não é por se assinar um papel que se é mais ou menos feliz num casamento. E essas contrariedades de troca de datas são coisas normais que acontecessem. Não vamos pensar que é tudo por isto ou por aquilo, mas sim coisas normais.
Bjs

Mary Mary said...

Se houver problema nessa igreja tenta S. Sebastião da Pedreira, ainda por cima é ao pé do vosso trabalho! ;P

Mês passado fui ao baptizado da minha prima de 5 anos. Em Fevereiro vou ao casamento do pai dela com outra senhora e nesse baptizam a pequenina deles de 2 anos! Nada é impossível!

E deviam ter visto o que foi preciso para baptizar os meus 3 irmãos pequeninos quando tinham padrinhos que estavam juntos e não estavam casados! Um pequeno filme!

Vai correr tudo bem! :D Um beijinho!

Mary Mary said...

Ah, é verdade... Esqueci-me!

Espero que o futuro marido esteja melhor! :D As melhoras e beijinhos para o resto da família!

Heiabelha said...

Obrigada Mary Mary. Beijinhos.

Heiabelha said...

Obrigada Mary Mary. Beijinhos.

pinky said...

agora cá! e lá fazer as coisas por amor dá azar! no way! vais é ser muito feliz!